A Flor

A Flor

A Flor

Colher desabrochando, a flor, eu quero
já pronta pra exalar o seu perfume
e desfrutar do encanto em pleno lume
das pétalas que exalam seu odor !…

Qual beija-flor no achego de costume,
sugar-lhe o mel vertente, com primor,
e, neste afeto dado em pleno amor,
deixar que o corpo meu ao seu se aprume.

A sépala ao redor dessa vertente
abrir aos poucos, delicadamente,
expondo, da corola, a úmida carne

e aos poucos, no roçar, firme e constante,
tornando-me, de tal momento, amante
deixar que ela, o total prazer, encarne!

Soneto: A Flor – Paulo Braga Silveira Junior – Julho/2020

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Celeste (Adelino Fontoura)

É tão divina a angélica aparência,
e a graça que ilumina o rosto dela,
que eu concebera o tipo da inocência
nessa criança imaculada e bela.

Peregrina no céu, pálida estrela
exilada da etérea transparência,
sua origem não pode ser aquela
da nossa triste e mísera existência.

Tem a celeste e ingênua formosura
e a luminosa auréola sacrossanta
de uma visão do céu, cândida e pura.

E, quando os olhos para o céu levanta,
inundados de mística doçura,
nem parece mulher — parece santa.

Para o meu perdão (Adelmar Tavares)

Eu que proclamo odiar-te, eu que proclamo
querer-te mal, com fúria e com rancor,
mal sabes tu como, em segredo, te amo
o vulto pensativo e sofredor.

Quem vê o fel que em cólera derramo,
no ódio que punge, desesperador,
mal sabe que, se a sós me encontro, chamo
por teu amor, com o mais profundo amor…

Mal sabe que, se acaso, novamente,
buscasses o calor do velho ninho
de onde um capricho te fizera ausente,

eu, esquecendo a tua ingratidão,
juncaria de rosas o caminho
em que voltasses para o meu perdão…

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