Adeus
Adeus – Paulo Braga Silveira Junior
Que se dirá do Adeus? Que é despedida
nos colocando fim nalguma história,
ou mesmo que ele extingue da memória
a imensidão contida numa vida?
Se for, é farsa intrínseca à oratória
pra confundir a alma entristecida!…
É engano e uma mentira desmedida
pra nos roubar da fé qualquer vitória.
O amor, quando nos toca, é infinito
e faz que o tempo em nós, cumprido o rito,
se renda à força e à luz dos atos seus…
Assim, quando o viver nos rouba alguém
o que de fato, em si, o Adeus contém
é todo um sentimento entregue a Deus!
Soneto: Adeus – Paulo Braga Silveira Junior – Agosto/2020
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Outros Sonetos
Sonho de amor (Amadeu Amaral)
Tudo isto há de passar, de certo, muito em breve…
Branca névoa sutil, ir-se-á quando o sol nasça;
branco sonho de amor, passará, como passa
pelas ondas em fúria uma garça de neve.
Passará dentro em pouco, imitando a fumaça
que se evola e se esvai nas curvas que descreve.
Fumaça de ilusão, força é que o vento a leve,
força é que o vento a leve, e disperse, e desfaça.
Que importa! Uma ilusão que nos alegra e afaga
há de ser sempre assim, no mar bravo da vida,
como a espuma que fulge e morre sobre a vaga.
Esta me há de fugir, esta que hoje me inflama!
E antes vê-la fugir como uma luz perdida
que possuí-la na mão como um pouco de lama…
Mal de amor (Ana Amélia)
Toda pena de amor, por mais que doa,
no próprio amor encontra recompensa.
As lágrimas que causa a indiferença,
seca-as depressa uma palavra boa.
A mão que fere, o ferro que agrilhoa,
obstáculos não são que Amor não vença.
Amor transforma em luz a treva densa;
por um sorriso Amor tudo perdoa.
Ai de quem muito amar, não sendo amado,
e, depois de sofrer tanta amargura,
pela mão que o feriu não for curado…
Noutra parte há de, em vão, buscar ventura:
— fica-lhe o coração despedaçado,
que o mal de Amor só nesse Amor tem cura.
[…] Adeus […]