Amastes?

Amastes?

Amastes? – Paulo Braga Silveira Junior

Amastes? Sim, amei do jeito errado;
às vezes no egoísmo da paixão,
por covardia, medo ou na intenção
de dar satisfação ao meu pecado!…

Amei para obter toda a ilusão
de que estaria sendo, em troca, amado…
Também, para ver na carne consumado,
qualquer prazer da vil devassidão.

Portanto, sendo justo o Teu julgar
que o inferno me abra as portas como lar
fazendo-me sofrer nas suas chamas

ou por misericórdia, meu Senhor,
pra que eu entenda, enfim, o que é amor
ensina-me a amar como Tu amas!

Soneto: Amastes? Paulo Braga Silveira Junior – Agosto/2020

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Adeus

#Poesia #Poema #Soneto

Berço (B. Lopes)

Recordo: um largo verde e uma igrejinha,
um sino, um rio, um pontilhão e um carro
de três juntas bovinas, que ia e vinha
rinchando, alegre, carregando barro.

Havia a escola, que era azul e tinha
um mestre mau, de assustador pigarro…
(Meu Deus! que é isto? que emoção a minha.
quando estas cousas tão singelas narro?)

‘Seu” Alexandre. um bom velhinho rico
que hospedara a Princesa; o tico-tico,
que me acordava de manhã, e a serra

com o seu nome de amor: Boa Esperança…
Eis tudo quanto guardo na lembrança
da minha pobre e pequenina terra!

O Frade e a Freira (Benjamim Silva)

Na atitude piedosa de quem reza
e como que num hábito embuçado.
pôs naquele recanto a natureza
a figura de um frade recurvado.

E sob um negro manto de tristeza
vê-se uma freira tímida a seu lado,
que vive ali rezando, com certeza,
uma oração de amor e de pecado…

Diz a lenda — uma lenda que espalharam —
que aqui, dentre os antigos habitantes,
houve um frade e uma freira que se amaram. . .

Mas que Deus os perdoou lá do infinito,
e eternizou o amor dos dois amantes
nessas duas montanhas de granito!

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