Festa (In Memorian)
Festa (In Memorian) – Paulo Braga Silveira Junior
Talvez houvesse festa neste dia
comemorando a data aqui contigo;
amigos relembrando um tempo antigo
cercando-te de bênçãos e alegria!…
Por certo o teu sorriso que bendigo,
que tanta paz a todos irradia,
perante a mesa posta se abriria
a vir-nos, na alegria em ti, de abrigo.
Darias, creio, a graça por presente
num longo beijo, límpido e inocente,
daqueles dados só de irmão pra irmão…
Saudades, Lu, nesse meu peito inquieto;
lembranças que te trazem mais pra perto
pra dar-me alento e paz ao coração
Soneto: Festa (In Memorian ) – Paulo Braga Silveira Junior – Agosto/2020
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Pai João (Ciro Costa)
Do taquaral à sombra, em solitária furna,
para onde, com tristeza, o olhar, curioso, alongo,
sonha o negro, talvez, na solidão noturna,
com os límpidos areais das solidões do Congo…
Ouve-lhe a noite a voz nostálgica e soturna,
num suspiro de amor, num murmurejo longo…
E o rouco, surdo som, zumbindo na cafurna,
é o urucungo a gemer, na cadência do jongo…
Bendito sejas tu, a quem, certo, devemos
a grandeza real de tudo quanto temos!
Sonha em paz! Sê feliz! E que eu fique de joelhos,
sob o fúlgido céu, a relembrar, magoado,
que os frutos do café são glóbulos vermelhos
do sangue que escorreu do negro escravizado!
Ser Mãe (Coelho Neto)
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é, ter no alheio
lábio, que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor cantando vibra.
Ser mãe é ser um anjo que se libra,
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!
Todo bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!…
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