Junto
Junto – Paulo Braga Silveira Junior
O instante é que me obriga a estar sozinho
contrário ao meu querer, minha vontade,
já visto que se impõe à realidade
e obriga-me a seguir o seu caminho!…
Então, pra aqui viver em sobriedade,
ao seu querer me dou e bem me alinho
me pondo a sós com livros e um bom vinho
conforme pede o tom da minha idade.
É bom estar comigo e me aprender,
me reinventar e até me compreender
ao descobrir que sou-me um bom abrigo…
Mas eu confesso que é bem mais gostoso
ter um alguém que tenha pleno gozo
de estar sozinho junto aqui comigo!
Soneto: Junto – @PauloBragaJr – Paulo Braga S. Junior/Agosto/2020
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Outros Sonetos
#Poesia #Poema #Soneto
Soneto (José Fernandes Costa)
Amo o soneto, o engaste florentino
de tanta jóia de lirismo alado,
de tanto pensamento cristalino,
de tanto amor, de tanto ideal sagrado.
Nele, Petrarca, o sonhador divino,
deixou gemer o coração rasgado;
Tasso cantou seu mísero destino;
Dante, o amor imortal do seu passado.
Teve, nele, o cantor do “Paraíso”,
descanso às suas últimas visões;
deu-lhe Bocage, eterno, o choro e o riso;
Antero, um mundo de interrogações;
e tantos outros… que nem é preciso
lembrar, ainda, quanto o amou Camões.
Exortação ao Soneto (Batista Cepelos)
Como um bloco de pedra, inanimado e forte,
tens a idéia. Pois bem: trabalha na obra-prima!
E, antes de começar, num sublime transporte,
aguarda a inspiração, que baixa lá de cima…
Depois te quero ver, mais duro que Mavorte,
batendo com o martelo e rilhando com a lima!
E, talhado de rijo, em soberbo recorte,
gire o verso, a cantar, no eixo de ouro da rima…
E que um dia nos venha, extraordinário amigo,
um soneto que vibre, entre clarões dispersos,
levantando o rumor de um campanário antigo…
E, no sumo apogeu das formas desejadas,
grite pelo metal dos seus quatorze versos,
relampagueando ao sol, como quatorze espadas!
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