Mata

Mata

Mata – Paulo Braga Silveira Junior

Não tinha mata alguma no começo,
sequer sinal de que haveria um dia;
nenhuma rama ainda ali floria
naquele chão feito um vazio espesso!…

Mas eis que uma ramagem se expandia
se como fosse ao campo um adereço
e a jovem foi é dando mais apreço
à relva que, do nada, ali crescia!

Floresta fez-se, então, bem junto à fenda
até que a dama quis, por oferenda,
doar, de inesperado, a castidade…

Num ato tresloucado e sem juízo,
a mata devastou, deixando liso
o chão que um dia deu-lhe a puberdade!

Soneto: Mata @PauloBragaJr – Paulo Braga S. Junior/Agosto/2020

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Estrelas

#Poesia #Poema #Soneto

Teu lenço (Guimarães Passos)

Esse teu lenço, que possuo e aperto
de encontro ao peito, quando durmo, creio
que hei-de, um dia, mandar-to, pois roubei-o
e foi meu crime, em breve, descoberto.

Luto, contudo, a procurar quem certo
possa nisto servir-me de correio;
tu nem calculas qual o meu receio
se, em caminho, te fosse o lenço aberto…

Porém, ó minha vivida quimera,
fita as bandas que habito; fita e espera,
que, enfim, verás, em trêmulos adejos,

em cada ponta um beija-flor pegando,
ir o teu lenço pelo espaço voando,
pando, enfunado, côncavo de beijos!

Solenemente (Hermes Fontes)

Juro por tudo quanto é jura… juro
por mim, por ti, por nós, por Jesus Cristo,
que hei-de esquecer-te! Vês? Estou seguro
contra o teu sólio, a cuja queda assisto.

E, visto que duvidas tanto, visto
que ris do que, solene, te asseguro,
juro mais: pelo ser em que consisto,
por meu passado, pelo teu futuro!

Pela Virgem Maria concebida,
pelas venturas de que vou no encalço,
por minha vida, pela tua vida…

Juro por tudo o que mais amo e exalço!
E depois de uma jura tão comprida,
juro… juro que estou jurando falso!!…

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