O Sol

O Sol

O Sol – Paulo Braga Silveira Junior

O sol chegou babando de vontade
e te encontrou deitada, quase nua
nas linhas de um biquíni que acentua
um corpo escultural pra tua idade!

Beijou-te a testa, a face, a boca tua
se como desse a ele a liberdade;
os seios firmes, lindos na verdade…
A cova que, no ventre, se acentua…

E te invadiu as coxas com malícia
achando tudo isso uma delícia;
curtindo a pele alva que preteja…

Te fez suar todinha nesse enlace
partindo antes que a noite, enfim, chegasse
deixando que eu morresse ali de inveja!

Soneto: O Sol – Paulo Braga Silveira Junior – Agosto/2020

Outros Sonetos

A Flor

#POESIA #POEMA #SONETO

Contraste (Antônio Tomás)

Quando partimos, no verdor dos anos,
da vida pela estrada florescente,
as esperanças vão conosco à frente,
e vão ficando atrás os desenganos.

Rindo e cantando, céleres e ufanos,
vamos marchando descuidosamente…
Eis que chega a velhice, de repente,
desfazendo ilusões, matando enganos.

Então, nós enxergamos, claramente,
como a existência é rápida e falaz,
e vemos que sucede exatamente

o contrário dos tempos de rapaz:
— Os desenganos vão conosco à frente
e as esperanças vão ficando atrás.

Arrufos (Artur Azevedo)

Não há no mundo quem amantes visse
que se quisessem, como nos queremos.
Um dia, uma questiúncula tivemos,
por um simples capricho, uma tolice.

— “Acabemos com isto!” — ela me disse,
e eu respondi-lhe assim: — “Pois acabemos!”
E fiz o que se faz em tais extremos:
tomei do meu chapéu com fanfarrice;

e, tendo um gesto de desdém profundo,
saí, cantarolando… (Está bem visto
que a forma, aí, contrafazia o fundo).

Escreveu-me… Voltei. Nem Deus, nem Cristo,
nem minha mãe, volvendo agora ao mundo,
eram capazes de “acabar com isto”!

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