Paralelo
Paralelo – Paulo Braga Silveira Junior
Perdido olhar; num mundo paralelo
se como houvesse o tempo, ali, parado
e o coração no peito alienado
por certo é prisioneiro em seu castelo!
Quem sabe o que lhe era imaginado…
O instante, um bom desejo, um homem belo,
uma esperança, um sonho a dois, singelo,
alguém do seu encanto enamorado?!…
Do meu ponto de vista a vejo, linda,
e disto me advém vontade infinda
de tê-la nos meus braços nesta vida…
Mas pontos paralelos, desde a fonte,
jamais se cruzam… Mesmo no horizonte…
Morre o meu sonho… Só, na alma ferida!…
Soneto: Paralelo @PauloBragaJr – Paulo Braga S. Junior/Agosto/2020
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De volta (Jayme Guimarães)
Fomos… E quem nos visse pensaria:
— Que almas felizes! que casal ditoso!
— Como ele vai a estremecer de gozo!
— E ela, como é formosa! que alegria!
Voltei sozinho e ao meu passar ouvia:
— Que olhar magoado!… Como vai choroso!
E uma voz que sangrou meu peito ansioso:
— Louco daquele que no Amor confia!
Falena! a luz de um riso eis-te perdido!
Foste cheio de Fé, voltas descrido,
e o desengano teu caminho junca…
— “Hás de esquecê-la”! ouvi dizer ao lado…
Meu coração responde, estrangulado:
— Odiá-la, sim, mas esquecê-la, nunca!
O Acendedor de Lampiões (Jorge de Lima)
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Esse mesmo que vem, invariavelmente,
parodiar o sol e associar-se à lua,
quando a sombra da noite enegrece o poente.
Um, dois, três lampiões acende e continua
outros mais a acender, imperturbavelmente,
à medida que a noite, aos poucos, se acentua
e a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita!
Ele, que doura a noite e ilumina a cidade,
talvez não tenha luz na choupana que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
crenças, religião, amor, felicidade,
como esse acendedor de lampiões da rua!
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