Paxão
Paxão – Paulo Braga Silveira Junior
Butei o zóio nela foi num dia
in quê u cér briava um sór lasquêru
i foi paxão mai forti qui intrevêru
im baili de sanjão na noiti fria!…
Ela pintára u rosto cum ismêru
pra móir di istá bunita, qui eu só via
a belezura dela qui alumia
i qui mi acêndi u peitu inguar brazêru.
Nóis si begêmu ansim, de boca a boca,
mai só dispôis de nôivu, qui era pôca
as zora qui suzinhu nóis ficava…
Mai nóis tá juntu i u casamentu é bão
i qui é tão bão que mêmu hoje, intão,
traveiz di novu cuela eu mi casava!…
Soneto: Paxão – @PauloBragaJr -Paulo Braga S. Junior/Agosto/2020
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Paxão – Outros Sonetos
#Poesia #Poema #Soneto
Buena-Dicha (Hermes Fontes)
Olhou-me a pitonisa, olhou-me e disse:
— “Brilharás. Amarás. E sofrerás”.
Eu ia, então, na minha meninice
inquieta, há cerca de vintênio atrás.
E, tal se por sabê-lo, eu antevisse
o predestino esplêndido e mendaz,
quis brilhar, quis amar… quis que a Velhice
não me recriminasse de ações más.
Para brilhar — busquei a glória, na arte.
Para amar — procurei o bem no afeto.
Para sofrer — levei a Cruz e o Andor.
Mas a glória falhou. Por sua parte,
mentiu-me o Amor, tudo mentiu… exceto
a doce mãe dos imortais — a Dor!
Santa (Hermeto Lima)
Essa que passa por aí, senhores,
de olhos castanhos e fidalgo porte,
é a princesa ideal dos meus amores,
a mais franzina pérola do Norte.
Contam que, numa noite de esplendores,
a essa que esmaga o coração mais forte
hinos cantaram e jogaram flores
as estrelas, em mágico transporte.
Acreditais, talvez, ser fantasia!…
Eu vos direi que não… Em certo dia,
quando ela entrou na festival capela,
eu vi a Virgem mergulhada em pranto,
e o Cristo de Marfim fitá-la tanto,
como se fosse apaixonado dela!
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