Fernando Pessoa Poemas

Fernando Pessoa Poemas

Fernando Pessoa – Poemas

Fernando Pessoa teve seus poemas escritos através de diversos heterônimos, entre eles: Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caieiros, Bernardo Soares, cada um deles tendo seu próprio estilo.

Entre todos os heterónimos, Álvaro de Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo da sua obra.

Bernardo Soares é muitas vezes considerado um semi-heterónimo porque, como seu próprio criador explica:

Não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afetividade.

Fernando Pessoa (sobre Bernardo Soares).
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
— Fernando Pessoa, fevereiro de 1925

Fernando Pessoa – Biografia

Da Wikipédia, temos a Biografia abaixo:

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, Mártires, 13 de junho de 1888 – Lisboa, Santa Catarina, 30 de novembro de 1935) foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português.

Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa de Durban, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou Pessoa como “Whitman renascido”, e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental,[6] não apenas da literatura portuguesa mas também da inglesa.[6]

Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa e apenas uma em língua portuguesa, intitulada Mensagem. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Allan Poe) para o português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada Negreiros) para o inglês e francês.

Enquanto poeta, escreveu sob diversas personalidades – a que ele próprio chamou heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: “outros modernistas como Yeats, Pound, Eliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente… Pessoa inventava poetas inteiros”. Buscou também inspirações nas obras dos poetas William Wordsworth, James Joyce e Walt Whitman.

Fernando Pessoa – Poemas Curtos

Pela rua já serena – Fernando Pessoa

Pela rua já serena
Vai a noite
Não sei de que tenho pena,
Nem se é pena isto que tenho…


Pobres dos que vão sentindo
Sem saber do coração!
Ao longe, cantando e rindo,
Um grupo vai sem razão…


E a noite e aquela alegria
E o que medito a sonhar
Formam uma alma vazia
Que paira na orla do ar…

Siga-nos em nosso Instagram: Poesia em Sonetos

Fernando Pessoa – Poemas Curtos

Dói viver, nada sou que valha ser – Fernando Pessoa

Dói viver, nada sou que valha ser.
Tardo-me porque penso e tudo rui.
Tento saber, porque tentar é ser.
Longe de isto ser tudo, tudo flui.


Mágoa que, indiferente, faz viver.
Névoa que, diferente, em tudo influi.
O exílio nado do que fui sequer
Ilude, fixa, dá, faz ou possui.


Assim, noturno, a árias indecisas,
O prelúdio perdido traz à mente
O que das ilhas mortas foi só brisas,


E o que a memória análoga dedica
Ao sonho, e onde, lua na corrente,
Não passa o sonho e a água inútil fica.

Que suave é o ar! Como parece – Fernando Pessoa

Que suave é o ar! Como parece
Que tudo é bom na vida que há!
Assim meu coração pudesse
Sentir essa certeza já.


Mas não; ou seja a selva escura
Ou seja um Dante mais diverso,
A alma é literatura
E tudo acaba em nada e verso.

Sim, tudo é certo logo que o não seja – Fernando Pessoa

Sim, tudo é certo logo que o não seja.
Amar, teimar, verificar, descrer.
Quem me dera um sossego à beira-ser
Como o que à beira-mar o olhar deseja.

Fernando Pessoa – Poemas sobre a vida

Sossega, coração! Não desesperes! – Fernando Pessoa

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.


Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!


Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu – Fernando Pessoa

Fernando Pessoa – Poemas sobre a vida

Todas as cousas que há neste mundo – Fernando Pessoa

Todas as cousas que há neste mundo
Têm uma história,
Excepto estas rãs que coaxam no fundo
Da minha memória.

Qualquer lugar neste mundo tem
Um onde estar,
Salvo este charco de onde me vem
Esse coaxar.


Ergue-se em mim uma lua falsa
Sobre juncais,
E o charco emerge, que o luar realça
Menos e mais.


Onde, em que vida, de que maneira
Fui o que lembro
Por este coaxar das rãs na esteira
Do que deslembro?


Nada. Um silêncio entre jucos dorme.
Coaxam ao fim
De uma alma antiga que tenho enorme
As rãs sem mim.

Fernando Pessoa – Poemas sobre a vida:

Sou um evadido – Fernando Pessoa

Poema de canção sobre a esperança – Fernando Pessoa – Álvaro de Campos

Tenho Esperança? Não tenho – Fernando Pessoa

Ah, se, como levas as folhas e a areia,
A alma que tenho pudesses levar –
Fosse pr’onde fosse, pra longe da idéia
De eu ter que pensar! Fernando Pessoa

0 Comentários

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: