Por pouco

Por pouco

Por pouco – Paulo Braga Silveira Junior

Por pouco não escapam, pulam fora
deixando tudo à mostra, em evidência,
pois desprezaste o ético e a prudência
onde o pudor é casto e em fé se ancora!…

Teus seios, fartos são por excelência
e os pomos deles, róseos como amora
ocultos pela clara blusa, agora
destacam-se por tal proeminência.

Talvez sou eu que os veja com desejo
ou eles que me fitam nesse ensejo
de se exibirem livres, leves, soltos…

Anseio pelo dia em que desnudos
se vejam, estes picos pontiagudos,
nos lábios meus, num doce beijo, envoltos!

Soneto: Por pouco – @PauloBragaJr – Paulo Braga S. Junior/Agosto/2020

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Outros Sonetos

Mata

Bilhete de doente (Luiz Pistarini)

Recebi, minha flor, com muito agrado,
o mimo e mais os beijos, que agradeço;
beijos… de longe, que outros não mereço,
principalmente neste triste estado!

Ah! nem sabes, talvez, quanto padeço!
Mas, vivo agora tão desalentado,
que, com o mínimo excesso, empalideço,
desmaio e tombo, exânime e prostrado…

Não me visites, pois. Não! Tem paciência!
Ninguém resiste à tentação que adora,
e o doutor me proíbe essa imprudência…

Perdoa; mas, dispenso-te a visita:
— Para quem sofre, como eu sofro agora,
faz muito mal uma mulher bonita!

Círculo vicioso (Machado de Assis)

Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
— “Quem me dera que eu fosse aquela loura estrela
que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

—”Pudesse eu copiar o transparente lume
que, da grega coluna à gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!”
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

— “Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela
claridade imortal que toda a luz resume!”
Mas o sol, inclinando a rútila capela:

— “Pesa-me esta brilhante auréola de nume…
Enfara-me esta azul e desmedida umbela…
Por que não nasci eu um simples vagalume?”

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