Fomos

Fomos

Fomos – Paulo Braga Silveira Junior

Já fomos claridade, escuridão,
momentos de tristeza, de euforia…
Já fomos um do outro, ao certo, um dia;
um sonho intenso e, ao fim, a solidão!…

Nos completamos pegos na alegria
e nos queimamos, vezes, na paixão,
havendo em nós desejo de união
que a carne, a latejar febril, pedia.

Nos demos, nos privamos, dividimos
e, mesmo sem querer, nós nos ferimos
repudiando a fé que nos impomos…

Agora, ao procurar-te dentro d’alma,
perdido o amor, o chão, a voz, a calma,
não sei se somos nós ou se só fomos!…

Soneto: Fomos – @PauloBragaJr – Paulo Braga S. Junior/Agosto/2020

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Paxão

#Poesia #Poema #Soneto

Formosa (Maciel Monteiro)

Formosa, qual pincel em tela fina
debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
formosa, qual jamais desabrochara
na primavera a rosa purpurina;

formosa, qual se a própria mão divina
lhe alinhara o contorno e a forma rara;
formosa, qual no céu jamais brilhara
astro gentil, estrela peregrina;

formosa, qual se a natureza e a arte,
dando as mãos em seus dons, em seus lavores,
jamais pôde imitar no todo ou parte;

mulher celeste, ó anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!

Suave caminho (Mário Pederneiras)

Assim… Ambos assim, no mesmo passo,
iremos percorrendo a mesma estrada;
tu — no meu braço trêmulo amparada,
eu — amparado no teu lindo braço.

Ligados neste arrimo, embora escasso,
venceremos as urzes da jornada.
E tu — te sentirás menos cansada,
e eu — menos sentirei o meu cansaço.

E, assim, ligados pelos bens supremos,
que para mim o teu carinho trouxe,
placidamente pela vida iremos,

calcando mágoas, afastando espinhos.
como se a escarpa desta vida fosse
o mais suave de todos os caminhos.

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