Por que?

Por que?

Por que? – Paulo Braga Silveira Junior

Bonita, inteligente, divertida,
às vezes pavio curto e geniosa,
mulher de brio e artista talentosa
um pouco pura e um tanto pervertida!

Tem hora que ela é chama perfumosa
e outras que é pimenta bem ardida;
um dia vem de santa, outro bandida,
mas todo instante justa e prestimosa.

Por que lhe amei? Foi coisa do destino
que deu-me o sentimento ainda menino
e nos juntou pra sermos belo par…

Também não me interessa qual razão;
é dela meu viver, meu coração,
por mais que eu sofra aqui tanto lhe amar!

Soneto: Por que? Paulo Braga Silveira Junior – Agosto/2020

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#Soneto #Poema #Poesia

Vandalismo (Augusto dos Anjos)

Meu coração tem catedrais imensas,
templos de priscas e longínquas datas,
onde um nume de amor, em serenatas,
canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas
vertem lustrais irradiações intensas,
cintilações de lâmpadas suspensas
e as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais,
entrei um dia nessas catedrais
e nesses templos claros e risonhos…

E, erguendo os gládios e brandindo as hastas,
no desespero dos iconoclastas,
quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!

A Serenata (Augusto de Lima)

Plenilúnio de maio em montanhas de Minas!
Canta, ao longe, uma flauta e um violoncelo chora,
Perfuma-se o luar nas flores das campinas,
sutiliza-se o aroma em languidez sonora.

Ao doce encantamento azul das cavatinas,
nessas noites de luz mais belas do que a aurora,
as errantes visões das almas peregrinas
vão voando a cantar pela amplidão afora…

E chora o violoncelo, e a flauta, ao longe, canta.
Das montanhas, brilhando, a névoa se levanta,
banhada de luar, de sonhos, de harmonia.

Com profano rumor, porém, desponta o dia;
e, na última porção da névoa transparente,
a flauta e o violoncelo expiram lentamente.

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